Shure SE846

INTRODUÇÃO

IMG_6994Meu primeiro fone que podia ser considerado “high-end” foi o Shure SE530, um dos primeiros intra-auriculares com três armaduras balanceadas. O fone foi lançado em 2006 como E500 e, quando o comprei, era quase unânime que ele era uma das melhores opções disponíveis. Não havia tantos concorrentes assim, e o principal era o Ultimate Ears Triple.Fi 10.

Pouco tempo depois, foram chegando ao mercado mais ofertas nessa mesma faixa de preço, em torno dos 500 dólares: Westone 3 e UM3X, Sennheiser IE8 (um dos primeiros in-ears high-end a usar falantes dinâmicos), Earsonics SM3… Era como se as fabricantes ainda estivessem testando se o público estaria disposto a pagar uma quantia tão alta por pequenos fones intra-auriculares e, quando viram que estava, mais opções começaram a brotar. Fones personalizados ainda eram escassos, restritos aos audiófilos móveis mais hardcore, e se restringiam, principalmente, aos Ultimate Ears, ainda oferecidos por Jerry Harvey.

Hoje, o mercado é muito diferente. Fones personalizados são inúmeros e comuns, e a barreira dos quinhentos dólares para in-ears universais foi quebrada há muito tempo – mais recentemente, a outra que foi ao chão foi a dos mil, começando com o AKG K3003i, seguido pelo Shure SE846 e o Sennheiser IE800. Já testei esse último e minhas opiniões não foram muito favoráveis. O problema é que, em minha opinião, apesar de custar o mesmo que alguns bons fones personalizados, ele ainda fica distante deles em termos de som, e relatos indicavam que o mesmo parecia ocorrer com o AKG. Ambos pareciam ser muito mais artigos de luxo para um consumidor “comum” mais exigente (e abastado) do que para audiófilos que buscavam puro desempenho.

O Shure SE846, no entanto, parecia ser a exceção. Tanto em termos de design quanto de tecnologia, ele parecia estar muito mais próximo dos fones personalizados. Ele possui quatro armaduras balanceadas (duas para graves, uma para médios e outra para agudos) gerenciadas por um crossover de três vias, cabo removível e um sistemas de filtros cambiáveis.

 

ASPECTOS FÍSICOS

IMG_6979Antes de qualquer coisa: isso é que é apresentar um fone. Nenhum in-ear que já tive veio tão apresentado (JH Audio, vocês poderiam aprender alguma coisa com eles).

Primeiramente, há uma capa de papel rígido contendo as informações sobre o produto, graficamente dispostas com muito bom gosto. Removendo-a, somos apresentados a uma caixa rígida,  preta, de textura macia e que contém, em cima, o logo da marca metalizado e, na frente, o nome do modelo aplicado em vinil brilhante. Ao abrí-la, na parte interna da tampa há um compartimento (com um parágrafo sobre o desenvolvimento do fone) que guarda toda a literatura. Dentro, há uma enorme caixa à prova d’água, estilo ottercase, onde estão guardados o fone e todos os acessórios.

E são muitos: há uma caixinha rígida para transporte, diversas ponteiras, de vários tipos e tamanhos (olives, de espuma, comuns de borracha, triple-flange e um par de espuma amarela), adaptador P2-P10, adaptador para sistemas antigos de aviões, um controle de volume in-line, um cabo extra, um pano para limpeza, uma ferramenta para a troca dos filtros e uma cápsula de metal com dois pares extra de filtros, além dos que já estão no fone.

Há três tipos de filtro: um neutro, outro com um boost nos agudos e outro com um incremento nos graves. O sistema de troca é muito interessante, mas não tão simples: os filtros ficam dentro do tubo de saída, e para removê-los, é necessário retirar um anel externo que prende o tubo com a ferramenta inclusa. Após retirado, é possível remover o tubo e substituir o filtro. Todo o sistema é muito bem pensado e preciso: todos os encaixes possuem orientação certa e indicações. A Shure deixa evidente, durante cada passo do processo, que estamos lidando com um produto de alta precisão e com bastante engenharia envolvida. Em compensação, não é algo que pode ser feito com facilidade na rua, por exemplo, se simplesmente estivermos com vontade de mudar um pouco a sonoridade do fone. É um processo meticuloso que exige cuidado, principalmente com as olives, que são bem chatas para sair.

IMG_7003Em termos de conforto, não tenho do que reclamar. As ponteiras olive médias ainda me incomodam bastante – não chegam aos pés do conforto provido pelas Comply –, mas consegui uma excelente combinação de conforto e isolamento com as pequenas. O cabo também é bom e me parece muito rígido e resistente. Muito mais do que o cabo comum de fones personalizados, por exemplo. E, felizmente, ao contrário de no meu antigo SE535, é removível. Minha única ressalva é que o conector, padrão MMCX, gira livremente, então não há como a guia de metal, que passa por cima das orelhas, ficar numa posição fixa, conseguindo um encaixe mais seguro do fone. Mas não é nada sério, e o resultado ainda é um fone realmente confortável, com o qual posso passar algumas horas sem desconforto.

 

O SOM

Se com o IE800 fiquei um pouco decepcionado, aqui trago excelentes notícias: estou muito impressionado com o SE846 e praticamente só tenho elogios. Trata-se de um fone extremamente equilibrado e natural, que em minha opinião tem total capacidade de brigar com os fones personalizados em sua faixa de preço. Fico com medo de acabar fazendo uma avaliação um pouco genérica, porque a maior característica que ouço nesse intra-auricular é justamente uma relativa falta de características – dentro, é claro, do que eu considero natural e “neutro”. Não é que ele não tenha defeitos ou sua própria personalidade –  ele ainda me parece um pouco centrado nos médios, como o SE530 e o SE535, e sensivelmente escuro –, é que o SE846 é um daqueles fones que tem a habilidade de desaparecer. Faz tempo que não ouço um HD600, mas o que estou ouvindo do Shure me lembra muito a memória que tenho desse Sennheiser, mas com algumas melhorias. Para a maior parte dessa avaliação, estarei usando o filtro neutro.

IMG_7007Em termos de graves, definitivamente não tenho reclamações – só uma observação. Em termos de presença, eles estão uma pitada além do que eu consideraria neutro, mas é um incremento muito bem executado e que está muito longe de causar problemas em qualquer circunstância que seja.  Ainda são altamente equilibrados e naturais, só não são estéreis e sem vida. Eles têm a capacidade de aparecer quando são requisitados ou de ficarem quase dormentes quando não são. Em nenhum momento achei que faltava graves ou que eles estavam em excesso – tudo foi sempre muito coerente. Essa talvez seja a palavra que melhor descreve os graves do SE846. Em termos de extensão, definição e textura, estão facilmente entre os melhores que já ouvi de qualquer intra-auricular.

A observação: esse é um fone com ínfimos 9 ohms de impedância. Ou seja, não é muito fácil seguir a regra do 8:1, já que isso requer uma saída de fones com no máximo 1.1 ohms de impedância. Não observar essa questão pode acabar com graves um pouco exagerados e sem muito controle – o que efetivamente acontece no iPod Classic. Raramente considero que fones in-ear são exigentes em termos de equipamentos associados, mas acho que o SE846 pode ser visto como uma exceção. Não é que ele fique ruim, mas sair do Calyx para o iPod Classic traz uma degradação considerável na qualidade dos graves. Veja, não é que o Shure seja exatamente exigente ou que precise de potência; é só que a impedância de saída do player deve ser muito baixa.

Nos médios, mais uma vez, inúmeros elogios com uma pequena ressalva: apesar de serem basicamente o que eu chamaria de perfeitamente naturais, em algumas situações acho que o fato de eles estarem um pouco à frente do espectro e de serem mais abertos faz com que o resultado possa acabar ficando um pouco fatigante. São excelentes, mas podem ser cansativos em alguns casos. O JH Audio Roxanne, por exemplo, apresenta um resultado um pouco mais musical e suavizado. É como se o Shure, em comparação, apresentasse médios mais crus e diretos, um pouco no estilo Grado, mas ainda capazes de muita suavidade se a gravação requisitar. Lana Del Rey, Esperanza Spalding, Diana Krall e James Blake não têm com o que se preocupar.

IMG_7000Aliás, uma observação bem interessante: já cheguei a dizer algumas vezes que todos os in-ears de armadura balanceada que já ouvi possuem uma característica um pouco plástica nos médios, exceto pelo Roxanne. O SE846 é, até certo ponto, a outra exceção. Essa característica só aparece em volumes muito elevados, o que me leva a crer que isso que ouço se trata de um problema de distorção natural de armaduras balanceadas. O Roxanne provavelmente não tem essa característica porque cada região é comandada por um grupo de quatro armaduras balanceadas, o que reduz drasticamente a distorção se comparado a uma única armadura produzindo o mesmo volume. De qualquer forma, em volumes moderados, o Shure não apresenta qualquer traço desse pequeno problema timbrístico, o que é incomum e excelente.

O SE846 ainda apresenta a outra característica comum das armaduras balanceadas, que é uma aparente granulação, mas é apenas um detalhe que, pelo menos para mim, não traz problemas. Em compensação, é uma característica que amplia essa relativa agressividade, que pode ser um problema para alguns. Mas eu, pessoalmente, gosto dessa sensação de estar ouvindo tudo o que está gravado.

Por falar nisso, em termos de detalhamento, ele certamente está acima da média, e vai muito além de todos os universais que já pude ouvir. Essa abertura nos médios permite que os menores detalhes transpareçam, e o único custo é essa personalidade talvez um pouco agressiva em algumas situações. O Roxanne, por exemplo, consegue extrair uma quantidade ainda maior de informações, mas elas são mais comedidas e não tão escancaradas quanto no Shure.

Em espacialidade o SE846 também é extremamente competente. Um dos grandes problemas do SE530 era que eles pareciam uma placa achatada de som sem muita separação ou profundidade de palco. Os instrumentos eram muito próximos, mas esse é um problema do qual seu irmão maior não sofre. Na faixa Chacarera, da Esperanza Spalding, ele consegue criar um ambiente muito definido e crível, com os instrumentos claramente posicionados e o espaço entre eles muito bem renderizado.

IMG_7001Porém, aqui ele não está a par dos melhores intra-auriculares personalizados – e é onde o Roxanne dispara na frente devido ao seu som enorme e envolvente, com uma projeção espacial muito maior mas, se eu puder contar com a minha memória, o SE846 está mais ou menos no nível de meu antigo JH13 Pro pré-freqphase (acho até que ele vai um pouco além desse último) ou de um Unique Melody Miracle. E ele ainda é capaz de trazer o efeito parede de som com muita autoridade. A entrada de Blackest Eyes, do Porcupine Tree por exemplo, soa gloriosa com o Shure.

Nos agudos, a história se repete: muitos elogios, uma pequena crítica – quer dizer, duas. Antes de tudo, como é bom ver que, no irmão mais velho do SE530, o tweeter faz alguma coisa! E faz muito bem. Nas minhas tradicionais faixas de testes para agudos, esse Shure se saiu muito bem. Pratos mostram que os agudos têm presença, definição e extensão excelentes, em quase perfeita consonância com o resto do espectro. Não são nem um pouco fatigantes, mas em compensação talvez algumas pessoas achem que eles poderiam ter um pouco mais de destaque – fones como o Unique Melody Miracle, por exemplo, parecem trazer mais atividade nas regiões mais altas. O SE846 nesse quesito está mais próximo do JH Audio Roxanne.

Minha pequena crítica se dá em relação ao fato de que os agudos parecem um pouco pequenos. Timbristicamente me parecem corretos, mas há alguma coisa neles que faz com que alguns instrumentos pareçam pequenos – realistas, porém diminutos. Não é como no Sennheiser IE800, onde parece haver uma distorção geral dos agudos a ponto de fazer, por exemplo, que baquetas pareçam lápis e palmas pareçam papel celofane. Os pratos de bateria ainda soam como pratos, mas em muitos casos acho que eles parecem pequenos.

O outro problema que encontrei também assola o SE530 e o SE535: sibilância. O efeito ocorre com muito menos frequência, e só parece se manifestar em gravações que tenham tendência a isso, como por exemplo o Overgrown de James Blake. Por isso, são casos raros, mas como sei de muitas pessoas que não conseguem suportar essa questão – não sou uma delas – e que muitos fones não têm qualquer problema com isso, acho que é prudente mencionar.

IMG_7006Agora, fica a questão: se o SE846 é tão competente com o filtro neutro, para que serviriam os outros?

O filtro preto, que traz um incremento nos graves, de fato aumenta a resposta nas baixas frequências, mas isso é executado de maneira muito mais interessante do que eu esperava. A questão é que o boost acontece majoritariamente nos sub-graves, e não nos graves. Por isso, o fone continua sendo extremamente equilibrado – o peso extra só acaba aparecendo em músicas que o pedem e que possuem atividade significativa nessa região. Um exemplo é a brilhante trilha sonora do filme Interestelar, de Hans Zimmer. As notas mais graves do órgão ganham mais destaque – ainda com muita qualidade, mas os graves soam mais gordos e preenchidos –, mas se passarmos para algo em que pouca coisa acontece nas notas mais baixas, não há tanta diferença para o filtro neutro em termos de graves.

Digo que não há tanta porque há, sim, uma pequena diferença, mas que pode ser muito bem vinda: os médios e os agudos ficam um pouco mais suaves, o que acaba sendo bem interessante em diversas situações porque atenua levemente a característica um pouco agressiva do SE846. Por isso, gostei muito do que o filtro preto proporcionou ao fone: é uma personalidade um pouco diferente, excelente em diversas ocasiões.

Já o filtro branco, para acentuar os agudos, na minha opinião é menos feliz. Apesar de achar que em certos casos algumas pessoas podem achar que uma atividade um pouco maior dos agudos pode ser bem vinda, esse incremento nos agudos trazido pelo filtro não é tão interessante assim. Assim como nos graves, o aumento não é muito grande, mas curiosamente acho que o resultado é ainda mais agressivo e a assinatura sonora parece adquirir algumas qualidades de uma personalidade mais em V, característica que os leitores mais assíduos sabem que não me agrada.

 

CONCLUSÕES

IMG_7005Talvez essa avaliação não esteja conseguindo traduzir muito bem a sonoridade do Shure SE846, e há um motivo para isso. De certa forma, na prática, é como se ele tivesse uma personalidade muito pouco evidente. Acredito que ele esteja entre os fones mais naturais que já ouvi. Isso não significa que eu esteja caindo na ilusão de que ele se trata de um fone absolutamente neutro. Ele tem uma personalidade, só que em nenhum momento achei que ela ficou à frente de uma representação sincera e honesta da música. A única coisa que em alguns poucos casos chegou realmente a incomodar um pouco foi a posição um pouco mais à frente e abertura dos médios, que pode cansar.

Mas esse é apenas um detalhe. Na maior parte dos casos, o SE846 atua simplesmente como uma ferramenta incrivelmente competente para se ouvir música, porque ele permite que ela flua sem impasses. Rock, jazz, música clássica, pop, música eletrônica… gostei de tudo com esse Shure.

Acho que a melhor parte é o fato de estarmos falando de um in-ear universal que consegue competir em pé de igualdade com muitos fones personalizados. Afinal, temos que admitir que se a qualidade de som for tirada da equação, as únicas vantagens dos fones personalizados são o isolamento e o conforto. O resto é só chateação: revenda, problemas de encaixe, custo, prazo… nesse caso, a conveniência de um universal é imbatível. Sei que hoje existem alguns universais feitos a partir de fones custom (como o UM Mentor, o JH Audio Roxanne ou o Noble K10), mas no final das contas eles me parecem meras adaptações, sem o esmero de acabamento, ou o desenvolvimento ergonômico de fones que foram projetados, desde o início, para serem universais.

Por isso, fico muito feliz em finalmente estar ouvindo um intra-auricular universal real que consegue bater de frente com alguns dos melhores fones personalizados do mercado – e que, em alguns casos, chega a ganhar.

 

ADENDO: O Pós-Venda da Shure

O Paulo Mário, dono desse SE846, tem um relato fantástico sobre o pós-venda da Shure. Fiquei impressionado ao lê-lo, já que é um tipo de postura relativamente incomum no mercado. Numa época em que é tão comum lermos críticas sobre a postura de muitas empresas, é excelente ficar sabendo das exceções. Vejam vocês mesmos:

 

Conforme prometido, segue o meu relato do processo de compra e troca em garantia dos fones Shure SE846. Os fones foram comprados pela Internet na loja Earphone Solutions em 11/04/2014, e entregues em um endereço dos EUA. A filha de um amigo mora nos EUA e iria trazer os fones para o Brasil em 15/07/2014 (perceba a longa espera! rs rs). Quando os fones chegaram em minhas mãos, abri a embalagem para verificar se o kit estava completo. Não cheguei a testar os fones naquele momento, deixaria para a manhã do dia seguinte. A minha supresa, na manhã seguinte, é que o lado esquerdo não estava funcionando, estava completamente mudo! A primeira coisa que fiz foi inverter os lados do cabo, para saber se o defeito estava no cabo ou no fone esquerdo. E a falha não estava no cabo. Também testei os fones com outras fontes, sem sucesso. Desmontei, então, o “nozzle” do lado esquerdo, pensando que poderia estar obstruído. Olhando contra a luz, estava claro que o canal estava desobstruído. Chegando ao trabalho, deixei os fones ligados ao iPod sobre a minha mesa. De uma hora para a outra percebi que o lado esquerdo estava tocando. Quando inseri no ouvido, percebi que o fone tocava por algum tempo e depois o som ia atenuando até desaparecer. Parecia ser mau contato no conector do fone. Naquele mesmo dia, ao voltar para casa, apliquei um spray limpa contatos no contato fêmea do fone e no conector macho do cabo.

Nada mudou. Tomei a decisão de entrar em contato com a Shure para enviar os fones para a fábrica. A filha do meu amigo voltaria para os EUA e levaria os fones consigo, para encaminhá-los ao fabricante. E o que transcorreu, a partir do primeiro contato com a Shure, foi um exemplo de como deve ser o atendimento ao cliente para um produto que custa US$ 1.000,00. O contato inicial foi feito por um sistema de suporte técnico via web da Shure. Fui atendido por um funcionário da área de suporte, que encaminhou meu caso para a área técnica. Me deram duas opções: 1) remeter os fones para a loja onde comprei ou 2) remeter os fones para a Shure. Como a Earphone Solutions deixava bem claro no site que não poderia exportar os produtos da Shure, preferi tratar direto com o fabricante. Cabe observar que em nenhum momento precisei apresentar a nota fiscal de compra (invoice) para a Shure, pois a Earphone Solutions era revendedora autorizada. Informei os endereços físico e eletrônico da filha do meu amigo nos EUA, para os quais a Shure enviou uma etiqueta UPS. Ou seja, a Shure pagaria o frete dos fones de volta para a fábrica. Os fones teriam que ser enviados apenas com o cabo, em embalagem adequada (não precisava ser a original), e acompanhados de um formulário preenchido por mim onde informava o endereço para devolução dos fones (no Brasil), dados da compra e uma descrição do defeito.

Quando os fones chegaram na fábrica, um técnico entrou em contato comigo por email explicando que havia testado os fones e que não havia encontrado nenhum defeito. É sempre assim, não? O técnico fez os comentários padrão, perguntou se eu havia testado os fones com outra fonte, se eu havia testado a mesma fonte com outros fones, enfim, pediu mais informações. E tudo num inglês absolutamente impecável. Eu respondi o técnico dando mais detalhes da utilização dos fones, expliquei que o problema era intermitente e disse que era frustrante que o problema não tinha acontecido com ele. Por fim, expressei meu temor de que, se ele me retornasse os mesmos fones, o problema voltaria a acontecer. O técnico respondeu que, apesar de não ter encontrado nenhum defeito, me enviaria um par novo. Disse ainda que seria terrível que o problema voltasse a acontecer com os fones novos se o problema não estivesse nos fones em si, mas na forma como são utilizados. Explicou então sobre o problema de condensação de umidade no canal do fone, e como evitá-lo. Por fim, disse que me enviaria um par novo o mais rápido possível, que continuaria a testar os meus fones, e se colocou à disposição para que eu fizesse contato direto por email com ele, a qualquer momento. Os fones novos foram enviados duas semanas depois de os antigos terem chegado à fábrica. O frete foi via UPS, na modalidade mais rápida possível (foi entregue em 2 dias), e todas as despesas alfandegárias foram pagas pela Shure. E os fones novos – novos mesmo, pois vieram em embalagem individual lacrada – funcionam impecavelmente, como você mesmo comprovou ao avaliá-los.

 

Shure SE846 – US$999,00

  • Quatro drivers de armadura balanceada (2 para graves, 1 para médios e 1 para agudos) gerenciados por um crossover de 3 vias
  • Impedância (1kHz): 9 ohms
  • Sensibilidade (1kHz): 114 dB/1mW
  • Resposta de Frequências: 15Hz – 20kHz

 

Equipamentos Associados:

Portátil: Calyx M, iPod Classic, iPhone 5, Sony Xperia Z2

Mesa: Mac Pro, Abrahamsen V6.0, HeadAmp GS-X

25 Comments
0