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Sony MDR-R10

Não sei o quão interessante é um post desse tipo para o leitor, mas vá lá… algumas coisas interessantes têm acontecido aqui em casa com relação a equipamentos de áudio, e vou explicar toda a situação nesse post. Vou me abrir com você, leitor, que vai ter um pouco mais de noção do que se passa na minha cabeça com relação às minhas preferências e meus conceitos nesse hobby.

Mas, antes de tudo, vou dizer que vamos ter duas avaliações interessantes vindo por aí! Não sei ainda qual vai ser a ordem, mas vou avaliar o Bowers & Wilkins Zeppelin e fazer um comparativo entre os dois players high-end mais famosos atualmente: HiFiMAN HM-801 e iBasso DX100.

Fora isso, vou explicar minha situação com os fones no momento, aproveitando para descrever brevemente alguns que passaram por aqui nesses últimos tempos mas dos quais não tive tempo para escrever uma avaliação. Tive durante um bom tempo três fones principais: Stax SR-007 MKI, AKG K1000 e JH13Pro. O Stax era usado com o eXStatA, o K1000 com o Meier Audio Eartube e o JH13Pro com o iPod Classic. O DAC sempre foi o Cambridge Audio DacMagic, bom e honesto pelo que custa, e o transporte um iMac.

Eu tinha um dinheiro guardado e percebi que, se vendesse um dos meus dois contrabaixos, conseguiria realizar um sonho e comprar o lendário Sony R10. Então coloquei meu baixo à venda e resolvi esperar. Após muito tempo de espera, vi que vários R10s apareceram no mercado, o que não é comum (só foram fabricados 2 mil), e eu estava perdendo oportunidades. Resolvi então vender meu Stax, com a intenção de usar esse dinheiro para comprar o Sony e manter o baixo à venda – quando eu o vendesse, compraria um SR-007 MKI novamente, a menos que o R10 me fizesse mudar de ideia.

Stax SR-009

Em pouco tempo vendi o Stax, e então só teria que esperar algum R10 aparecer. O problema é que, no meio do caminho, me convenceram a desistir dele: ele é antigo e seus diafragmas são de biocelulose, e não foram feitos para durar mais de 20 anos (as últimas unidades desse fone foram produzidas em 2001 se não me engano). Para completar, a Sony não oferece suporte ou peças de reposição! Ou seja, se eu tivesse qualquer problema com ele, estaria com um peso de papel de mais de 6 mil dólares. E assim eu desisti do Sony, e resolvi correr atrás de um Stax SR-009, que de acordo com alguns audiófilos consegue ser melhor que o Sennheiser Orpheus. Compraria junto com ele um amplificador como o Stax SRM-727II, que se encaixa dentro do meu orçamento.

O problema é que nesse momento apareceu uma bela oportunidade de negócio que não tive como perder, e então coloquei o dinheiro que tinha guardado nela, para ver de volta somente no final do ano. Mas meu baixo ainda estava à venda! Então aceitei a proposta de um amigo e o troquei por alguns equipamentos: Sennheiser HD600, Beyerdynamic DT880 Premium, Grado SR225i, AKG K271 MKII, Klipsch X10i e HiFiMAN HM-801. Aqui vão algumas breves descrições:

  • Sennheiser HD600

    Sennheiser HD600: fone fantástico, relaxado, intimista e com um dos melhores equilíbrios tonais que já ouvi num fone. Se adequa a qualquer estilo com maestria, mas não é um exemplo em transparência. Graves com bom peso e impacto apesar de a extensão não ser fantástica, médios excelentes e um dos melhores agudos que já ouvi num fone devido ao excelente timbre e corpo e ausência de regiões de pico significativas. Só eram um pouco ríspidos de vez em quando. Muito bem construído, resistente e confortável.

  • Beyerdynamic DT889

    Beyerdynamic DT880 Premium: não gostei. Graves sem a definição e peso dos do HD600, ocos, médios tranquilos mas velados e agudos realmente perfurantes, com um pico que fazia alguns estilos musicais causarem dor nos meus ouvidos. Era curioso tanta vontade nos agudos e médios velados andarem juntos… definitivamente não é um fone para mim. Mas é muito confortável e incrivelmente bem construído (bem mais que o HD600/650 e AKG K701/702).

  • Grado SR225i

    Grado SR225i: tradicional sonoridade da casa, com médios bem para a frente. Não sou muito fã dele na maioria dos casos, mas para rock clássico (à la Robin Trower e Jimi Hendrix) é o que há: energético, graves com bom peso e impacto, médios muito transparentes e agudos surpreendentemente definidos e calmos. Mas pode soar estranho com muita coisa, é muito desconfortável, não isola absolutamente nada e não é um exemplo de construção. Para completar, é muito feio. Resumindo, só compre se você só ouvir rock da década de 60 e 70.

  • Klipsch X10i

    Klipsch X10i: muito legal! Só não é o menor fone que já vi porque já vi um Jays qJays. Tem uma sonoridade típica de um BA único, mas ele consegue ir um pouco além e resolver alguns problemas que fones desse tipo têm. Ou seja, tem uma extensão razoável nos dois extremos, os médios não são tão granulados como é de se esperar e os graves têm bom impacto. Para praticar esportes, não vou ficar surpreso se for o melhor fone do mercado.

E agora voltando ao assunto. Meu objetivo seria testar esses fones e revendê-los, e com o dinheiro das vendas, comprar outros equipamentos para testar e depois revender. Ou seja, o dinheiro para o Stax está aplicado, e enquanto isso, com o valor do baixo, resolvi fazer essa experiência de testar vários equipamentos, com o objetivo de achar algum bom fone mais simples que o SR-009, para audições mais despreocupadas. Afinal, o mercado aqui no Brasil é aberto e eu não teria muitas dificuldades em vender o que comprar. E então vendi todos (bem, só falta o Grado) e consegui comprar um Sennheiser HD800, um iBasso DX100 e um DAC Electrocompaniet ECD-1. O HD800 já foi vendido e esqueci de fazer uma avaliação (eu sei… me arrependo profundamente, fico devendo essa), o DX100 vai ser comparado ao HM-801 e um dos dois vai embora, e o DAC foi comprado para substituir o DacMagic mas acabei decidindo por revendê-lo porque prefiro usar o dinheiro para outras coisas no momento. Quando eu estiver com o 009, penso num upgrade definitivo de fonte. Além disso, esse é o DAC que temos no sistema de caixas da sala aqui de casa, então sei bem como ele toca.

  • Sennheiser HD800

    Sennheiser HD800: sendo brutalmente sincero, não gostei muito. Tecnicamente impressionante, mas para mim, não encantou. Ele soa muito flat, mas com os graves sem pegada e peso aparente perante a presença dos médios e agudos. O detalhamento é incrível, parece chegar perto dos eletrostáticos, mas ao mesmo tempo ele não mostra qualquer agressividade – curiosamente os médios são até de certa forma aveludados. Os agudos têm uma extensão absurda e não passam do ponto, um medo que tinha. Espacialidade também é de cair o queixo. Mas o grande problema dele pra mim foi a falta de graves, que o deixou sem “vontade”, sem peso. É um daqueles fones que me fez pensar “nossa, é muito bom”, mas não me despertou vontade nenhuma de tê-lo. Me deixou frio, não me envolveu. E por isso foi embora.

  • Electrocompaniet ECD-1

    Electrocompaniet ECD-1 vs. DacMagic: vou ser um verdadeiro herege e dizer que, comparado diretamente ao DacMagic, não consegui dizer que um é melhor que outro. Apenas que são diferentes, o ECD-1 muito mais analógico, mais 3D mas em compensação mais velado. O DacMagic tem mais vigor e energia, mais presença nos médio-agudos e agudos. Também me apresentou mais peso nos graves. Acho que se eu tivesse que escolher entre um e outro, essa escolha seria dependente do resto do sistema. Para o HD600 e Stax SR-007, que são mais relaxados, fico com o DacMagic. Mas, com o Orpheus e provavelmente com o 009, devo preferir o ECD-1.

Eu poderia eleger o HD600 como o fone que estava procurando: relativamente simples, é ligar e ouvir sem ter que me preocupar. O problema é que o HD800, apesar de não ter me encantado, me mostrou muitas falhas nos médios do HD600, e acabou me deixando muito menos satisfeito com ele. Foi aí que dois amigos meus compraram um Ultrasone Edition 8 e ficaram encantados. Talvez ele fosse o que eu estava buscando. Mas, quando ouvi, vi que ainda não era ele. Ah, e o Hugo, um desses dois amigos, também me emprestou seu Beyerdynamic DT1350 por um tempinho.

  • Ultrasone Edition 8fone realmente excelente… mas não me encantou.

    Ultrasone Edition 8

    Tecnicamente também é ótimo, tem muito mais vida que o HD800, mas em comparação a ele é também muito mais claustrofóbico (a tecnologia S-Logic da marca é boa, mas não consegue me fazer esquecer que estou usando um portátil fechado) e mais agressivo. Isso pode ser bem vindo em muitos casos, mas não é o que estou procurando. Ele também é muito dependente do fit, sem ele os graves não aparecem, e por alguma razão tive dificuldade de conseguir um selamento total do lado esquerdo. Resumindo, muito surpreendente para um portátil, realmente incrível, mas não se encaixa no que busco no momento. Ah! Um adendo, é um dos fones mais bonitos e luxuosos que já vi.

  • Beyerdynamic DT1350

    Beyerdynamic DT1350: desse eu gostei, é ótimo. Qualidade de construção ímpar (como o habitual da marca), agudos comportados (diferente do habitual da marca), médios ótimos, se um pouco ocos e graves cheios, mas com problemas consideráveis em definição. Acho que são gordos de propósito, já que para o uso fora de casa graves um pouco mais felizes são bem-vindos, mas chegou a me incomodar ouvir a Ljudet Innan do Storm Corrosion e o bumbo da bateria estar perdido. Mas não deixa de ser um fone fantástico, certamente um que teria sem pensar duas vezes. Ah, e o isolamento é de cair o queixo, definitivamente não é o que se espera de um fone com cups tão pequenas.

Nesse momento, comecei a pensar seriamente sobre o que estou buscando em termos de sonoridade, já que achei estranho não ter me encantado nem com o HD800 nem com o Edition 8… o problema é que tenho preferido uma apresentação mais eufônica, suave e calorosa, algo que nenhum deles foi capaz de me proporcionar. O HD600 até conseguiu, mas é um fone inferior com algumas falhas notáveis. No fundo, acho que o que procuro é exatamente o que o Stax SR-007 MKI me entregava. Acho perfeitamente possível que ele seja meu fone definitivo. Talvez o SR-009 mude isso, por isso pretendo comprá-lo, mas caso eu me decepcione, vou vendê-lo e correr atrás de um SR-007 novamente e, provavelmente, encerrar minha jornada – como não posso ter um Orpheus…

Grado HP1000

E o que vem agora? Bom, ainda quero fazer alguns testes enquanto não compro o SR-009, e pretendo vender o ECD-1 – que já foi anunciado – e um dos dois players. Existem poucos fones que me interessam para teste hoje, fora os lendários como Sony R10 e Qualia, Audio Technica L3000 e Stax SR-Omega. Como não posso comprar nenhum deles no momento, fico restrito aos atuais, ou seja, os dinâmicos e ortodinâmicos top: Audez’e LCD2 e LCD3, Beyerdynamic T1 e HiFiMAN HE6. Já ouvi o LCD2 e não gostei muito, também já ouvi o Beyer e achei legal mas nada impressionante e os HiFiMAN… bom, simplesmente não me interessam, não sei por quê. Tenho interesse nos Audio Technica, mas andei lendo sobre um fone que me despertou interesse: o Grado HP1000.

Sei que isso vai contra boa parte do que escrevi sobre o que procuro, mas quando recentemente ouvi Bridge of Sighs do Robin Trower no SR225i, entendi os Grados. É fenomenal, e como tenho ouvido bastante esse estilo, vale a pena tentar o HP1000. Para quem não sabe, ele é um dos fones no grupo dos all-time greats, e junto com o AKG K1000 e Stax SR-007 MKI o mais acessível. Por isso, acho que vale a tentativa.

É isso! Sei que esse post foi bem diferente, e espero que tenha sido interessante!

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